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CENTRO ADMINISTRATIVO DE BELO HORIZONTE

premiação: 3º colocado

autores: bernardo horta, estudio arquitetura (eduardo frança e letícia de azevedo), meius arquitetura (giulianno camatta e guilherme josé) e pedro haruf.

colaboradores: gustavo rocha e pedro lodi

local: belo horizonte/mg

ano: 2014

O terreno destinado à implantação do Centro Administrativo de Belo Horizonte, desde a fundação da capital, sempre teve importância histórica. Idealizado como importante ponto na malha urbana original, inicialmente abrigou a Feira de Amostras e, até os dias atuais, serviu de estacionamento e usos de suporte ao Terminal Rodoviário. Tais usos auxiliaram na confirmação deste ponto nodal como sendo de extrema importância cívica e simbólica para os cidadãos belo-horizontinos. O esquema de concepção da cidade planejada por Aarão Reis e sua equipe considera a Avenida Afonso Pena como o eixo articulador da cidade. Neste caso, se os edifícios que simbolizavam os centros da política estavam geograficamente bem representados, o símbolo do comércio também comparece com força considerável, uma vez que a Feira de Amostras fora assentada no início do eixo da avenida.

O presente certame, cujo principal objetivo é viabilizar o Centro Administrativo de Belo Horizonte – bem como sua infraestrutura de apoio – no citado terreno, está absolutamente vinculado à ideia de dar um novo significado à região, na medida em que tenciona instalar um novo conjunto de usos no local, ao mesmo tempo em que reafirma a importância do espaço público como lugar a ser apropriado pelos habitantes.

Compreende-se, desta maneira, que as ações de projeto devem seguir os pressupostos do filósofo Hans-Georg Gadamer, que defendia a ideia de que o sentido de se habitar a Arquitetura – e aqui incluímos os espaços públicos de maneira geral –não se encontra na obra construída ou no sujeito, mas na fusão de ambos. Assim como a sociedade, que muda em função de anseios e necessidades igualmente mutantes levando em consideração distintas intenções e manifestações culturais ao longo dos tempos, a Arquitetura e os espaços públicos podem ser adaptados para atender a novas demandas. Neste caso, tanto melhor que as intervenções contemporâneas ocorram para enfatizar a qualidade do que se impunha até o momento, como a força simbólica da grande esplanada localizada em frente ao Terminal Rodoviário.

Praça contígua ao RISP (Regiões Integradas de Segurança Pública) - a criação da praça na porção posterior do edifício eclético atualmente pertencente ao RISP ocorre no sentido de dotar esta porção do espaço público de um caráter de apropriação mais prolongada, diferentemente da grande esplanada criada para acesso ao complexo do Centro Administrativo de Belo Horizonte. Tal praça foi criada para dar suporte aos bares e restaurantes existentes no entorno imediato. Além disso, possui infraestrutura no nível térreo para conectar os dois pavimentos de estacionamento destinados aos visitantes da prefeitura, em subsolo.

Praça Rio Branco – simbolicamente, esta praça funciona como portal de entrada para o acesso ao complexo do Centro Administrativo Municipal. Nesta proposta, compreende-se que o Centro Administrativo seja não apenas o edifício e seus subsolos, mas as esplanadas contíguas, uma vez que estas possuem a clara função de promover articulação urbana. Assim sendo, a ideia foi redesenhar a praça, de maneira que a escultura da artista Mary Vieira – Monovolume Liberdade em Equilíbrio – fique em evidência, bem como o desenho urbano enfatizasse o direcionamento para os principais pontos de caminhamento do complexo, notadamente o acesso principal à torre. A consideração de tal caminhamento foi fundamental para a proposta, uma vez que se interpretou esta praça como ponto simbólico com função simultânea de passagem, assumindo que a praça lateralmente ao RISP funciona melhor com vistas à apropriação.

Conexão Centro-Lagoinha – previamente a este projeto, tal conexão poderia ocorrer apenas através de passarelas, que consideravam a saída do pedestre do nível térreo, tanto dos espaços contíguos ao TERGIP quanto das vias próximas à Avenida Antônio Carlos. Nesta proposta, a ideia é transferir a passarela que sai da calçada da Rua Saturnino de Brito para a saída da alameda lateral do antigo TERGIP, a fim de que os funcionários da PBH e os todos os que irão utilizar os modais de transporte disponíveis possam lançar mão desta passarela como ponto de ligação. Esta definição alinha-se com as diretrizes de patrimônio de valorização do TERGIP, uma vez que leva grande parte da população a utilizar – para apropriação ou passagem – os espaços de ajardinamentos laterais do terminal.

Neste caso, compreende-se que a solução de desenho urbano adotada coaduna-se com um dos tópicos apresentados como objeto do concurso, qual seja: a criação da conexão de pedestres entre o novo Centro Administrativo e a rodoviária, estação de metrô e Praça do Peixe. 

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